quarta-feira, 30 de junho de 2010

Beleza que faz a vida irresistível


Mais um texto do Ricardo Gondim, sobre o que faz a vida ser bela

O belo se esconde no evidente. Imiscui-se por toda a parte. Ora claro, ora escuro, tinge a textura do cotidiano. Muitas vezes camuflado no óbvio, pega o coração de surpresa. Olhos displicentes correm o risco de não captar toda a formosura que permeia a vida.

Um coração desolado não vê o inefável porque basta um instante, um hiato, um risco no céu, para sumir o que pode encher a vida de viço. Sempre alguma lindeza esquecida espera ser descoberta no fundo do pântano, na escarpa da rocha, no rosto crispado da viúva, no riso frouxo do adolescente.

Em cada alvorada renasce um anseio renovado pelo belo. O orvalho aguça o desejo de alimentar a alma com os diferentes matizes da mata. Quando o dia se alonga, temos fome; uma fome pelo eterno. E a noite traz a bruma leve do Espírito que faz do descanso o tempo dos sonhos.

De repente, sempre de repente, no dia-a-dia, está um anelo pela nuança da poesia; nuança que transfigura as letras em recado divino. O corpo pede melodia para deixar o coração estranhamente sereno; e da calma, vem a excitação que converte o lamento em vontade de pular de alegria. Existe, sim, uma beleza que torna a vida irresistível.

O belo está sempre por perto e tem poder. Fascinante, inspira o poeta. Trasforma o leigo em criador fecundo, incorpora contentamento no triste, sensibiliza o bruto,muda o apático em trovador, leva o tosco a bailar em ritmos imponderáveis e sensibiliza o cético para que perceba a eternidade na realidade crua.

O belo é divino.

Soli Deo Gloria

Fonte: http://www.ricardogondim.com.br

O Deus em quem creio


CREIO no Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo tal como o próprio Jesus no-lo revela em suas palavras, obras, vida, morte e ressurreição.
Este é o Deus para o qual me dirijo, o Deus em quem aposto:

o Deus que nos ama tanto, que se encarna, torna-se homem de carne e osso, frágil e vulnerável como nós;
o Deus que se retrata na parábola do Pai Pródigo do filho pródigo e em tantas outras parábolas e cenas evangélicas.
o Deus infinitamente misercirodioso que nos ama e perdoa gratuitamente
e sem reservas como só Ele, que é amor, pode fazer;
o Deus-Amor, que nos cria à sua imagem e semelhança;
o Deus-Amor, que liberta e humaniza;
o Deus-Amor , que nos permite desenvolver- nos em liberdade;
o Deus que só nos censura, amorosamente, nosso desamor;
o Deus que nos convida e inspira, sem nos fustigar, a viver em plenitude;
o Deus que nos estimula a criar uma humanidade regida pelo amor, pela justiça,
pela paz e pela solidariedade;

o Deus que é amor, todo amor e nada mais do que amor, que não pode, não sabe nem quer fazer outra coisa que amar;
o Deus, "a Fonte que brota e corre" do fundo de meu ser e de todos os seres, dando-nos gratuitamente existência, vida, força e capacidade de prazer;
- O Deus nosso companheiro de caminho e de fadigas, que não pesca os peixes para nós, mas que incentiva a fazê-lo nós mesmos com a ajuda de nossos irmãos e irmãs;
o Deus Pai e Mãe nosso que nos nutre, educa e nos ama incondicionalmente, e nunca, definitivamente, nos abandona, mesmo que esqueçamos Dele;
o Deus para todos sem exceção, de todas as cores, raças, castas, classes e tribos;
o Deus que se inclina aos mais desfavorecidos, excluídos e marginalizados entre nossos irmãos e irmãs;
E o Deus que nos espera, a todos sem exceção, com os braços e coração abertos de par em par, na outra margem para fundir-se conosco num abraço sem fim.

(José-Vicente Bonet no Livro Auto-estima: o que é, como se faz. Editora Loyola, 2003.
)

Recebi esse texto sobre uma declaração de fé em Deus. Muito linda, por isso resolvi compartilhar com vocês.

sábado, 19 de junho de 2010

Salvação


A vida deve ser vivida com leveza. Encontrei esse texto do pastor Ricardo e compartilho com vocês.


Ricardo Gondim

É preciso aprender a nadar entre as margens do bem e do mal, do ódio e do amor, da delicadeza e da estupidez. É preciso aprender a flutuar; encher os pulmões de nitrogênio e acompanhar o vôo dos balões. É preciso também acocorar-se ao lado dos irmãos que foram agrilhoados à crueldade da vida.

É preciso aprender a levar-se a sério. Mas não tão a sério que fique impertinente, malas sem alça. Tem hora que é bom viver sem propósito, ao sabor dos ventos. Cantar no coral das cigarras, enquanto formigas seguem em fila, sem saber porque obedecem à rainha. Vez por outra é bom considerar Deus um “cara muito legal”, compreensivo e longânimo, que não mete medo, mas nos faz sentir íntimos.

É preciso aprender a acordar tarde; a comer chocolate até enjoar; a comprar perfume caríssimo para dar de presente a alguém especial; a sentar para almoçar sem hora para acabar; a desligar o telefone celular; a conversar um monte de besteira só para rir à solta; a conversar com doido; a ler romance.

É preciso aprender a falar da morte, mas não ser mórbido; a acompanhar esportes, sem ficar muito deprimido com derrotas; a aplaudir trapezistas, equilibristas, contorcionistas, mágicos; a nunca confundir solidariedade com comiseração; a não esconder a inveja debaixo do lençol da discordância; a cantar no banheiro.

Soli Deo Gloria

fonte: http://www.ricardogondim.com.br