quarta-feira, 24 de março de 2010

Afinal, qual a nossa sede?


Existe uma história bem interessante no evangelho de João 4.1-26, que narra o diálogo de Jesus com uma mulher junto a um poço (ela sempre ia buscar água para beber). E a conversa que surge junto ao poço nos leva a refletir sobre a vida. Nossos sonhos, inquietações, expectativas.

Como essa mulher que o texto relata, nós também temos as nossas crises existenciais, nossas buscas, nossas sedes.

Quando nós mergulhamos no texto, podemos perceber ela era uma pessoa normal, igual a mim e a você, que caminhava numa rotina de vida. Ela jamais imaginou que um dia, à beira daquele poço já tão batido por ela e que consumia o seu desejo de viver, ela fosse surpreendida pela compreensão e amor dAquele que jorrava a fonte de água viva.

Aquela mulher samaritana parecia já está cansada e quase desistindo de lutar pela vida. No seu questionamento com Jesus ela mostra toda a sua insatisfação diante da vida que levava, e isso engloba sua vida relacional, espiritual e sua relação consigo mesma.

Vemos nessa mulher o retrato de uma humanidade frustrada, desiludida, sem esperanças que precisa ir além de todas as suas buscas, que tem o desejo por um encontro libertador, um encontro que sare todas as angústias e renove as forças e lhe traga de volta a esperança.

Na caminhada desse texto observamos que essa mulher, por causa das suas crises e história de vida, passa por um processo de quebra de conceitos para a adaptação de uma nova forma de ver a vida. E como ela nós podemos aprender que somos pessoas imperfeitas e com sede de vida, e que muitas vezes errando ou acertando, caindo ou levantando essa sede nos conduz no caminho da vida.

A resposta de Jesus para essa mulher lhe rouba o chão. Ele fala de forma poética, fazendo com que ela saia da sede concreta e passe para o plano da sede existencial. “...ele te daria água viva.”

Quando ela percebe que diante dela está alguém maior do que Jacó (patriarca) nasce um interesse por conhecer e beber dessa água que está sendo oferecida. Mas existe um caminho já trilhado. Podemos ver que Jesus não nos rouba o direito de fazermos as nossas escolhas, mas nos mostra possibilidades que nos conduzirão de forma sensata e digna diante da vida.

O que podemos ver aqui é algo surpreendente: Jesus não a julga pelo seu passado, mas faz com ela perceba que o seu passado não precisa se repetir, a partir do momento em que ela olhar para o seu presente e ver as novas possibilidades de caminhos que pode fazer. Ou seja, o seu passado pode ser restaurado à medida que ela caminhar na vida com uma nova postura.

E afinal, qual a nossa sede? É de amor? Compreensão? Amizades? Realização pessoal? De honestidade? Justiça? Tolerância?... Através desse diálogo podemos perceber que todas as nossas sedes podem ser satisfeitas, quando nós caminharmos em direção à fonte que jorra para a vida eterna, que é Jesus o Emanuel – Deus Conosco.

Que essa Água possa jorrar em nossos corações.


Leny Brito

sexta-feira, 5 de março de 2010

Se houvesse um vento...


Se houvesse um vento
um sopro
ou uma brisa
que do céu viesse e me descabelasse
que refrescasse o tempo
e esfriasse a vida
que afastasse a dor
e me acalmasse o anseio.

Se houvesse um vento

que me trouxesse as novas
e que fossem boas as novas que viessem
que me dissessem tudo
o me despissem a alma
e revelassem tudo
e me deixassem calma,

Então
,
esse vento me traria
todos os meus sonhos de volta
e numa brisa me diria
segredos e poesias
e num sopro eu iria
do silencio à sinfonia.

Mas só se houvesse um vento.

(Alice)

Li esse poema da Alice. Muito lindo e revelador... esse vento é a saga de todos os mortais.

fonte: http://alicenopaisdopensamento.blogspot.com/