Nada mais íntimo, nada mais confidencial do que uma janela aberta. E ela, bem sabia disso.
Por isso, quando ouviu um chamado na sua janela, ela foi discreta. De relance ela olhou pela fresta: "Seria esse o tão esperado momento da sua vida?"
Qual a sua surpresa ao vê que do outro lado da rua, em uma janela aberta um moço sorridente e gentil a esperava. Acenou para ela. Ela retribuiu com um sorriso.
E aos poucos ela foi abrindo a janela...
Havia uma mágica no ar a cada momento em que as janelas se abriam. A imaginação corria solta. E ela se deixou envolver por esses doces momentos que pareciam tão reais, de tão desejados que eram pelos dois.
Havia um ritual que os unia. Quase sempre ele chegava à janela primeiro. Enquanto isso, ela se embelezava, se perfumava... quem sabe o aroma não envolveria o seu amado? rsrs
Era impossível eles conterem o sorriso que fluia levemente a cada encontro. Como eles se faziam bem...
E aí, eles conversavam, sonhavam, cantavam versos de amor, de saudades...
Tudo parecia correr bem. Até o momento em que ela mostrou a sua humanidade imperfeita. Quando uma palavra impensada pôs em risco tudo o que eles haviam construído, até então.
Ela não entendia a razão que o fez ficar tão arredio e indiferente. Isso, porque antes eles já haviam passado por algumas correntezas e decidiram navegar juntos... continuar.
Ela sempre fora fiel ao seu amor, falava o que estava na alma. pediu-lhe perdão. Entretanto, ele parecia longe, distante à tudo o que eles viveram. Simplesmente, mostrou sua indiferença e desapego ao que antes, ele dizia ser tão sublime.
Mesmo assim, as janelas insistiam em se abrir mesmo que de uma forma contida.
Só que aquela indiferença roubou o interesse. Os desejos, os sonhos já não tinham mais o mesmo vigor, o mesmo brilho.
Como os sorrisos ficaram escassos na outra janela, e o descuido dele em não manter a janela aberta, ela sentiu o seu sorriso fugindo.
Não havia sentido continuar...
E com pesar na alma, o coração apertado, aos poucos ela decidiu tomar uma decisão: Fechar a janela.
Decisão justa, pois isto parecia ser a melhor atitude a ser tomada.
Ela trancou a sua janela. E então, a sua alma sensível se envolveu no aconchego e no silêncio das suas lembranças...
(...)
(Por algum motivo foi rabiscado no dia 20 de novembro de 2012)
Leny Brito
Amiga, quantas janelas ainda teremos que fechar por causa de corações masculinos insensíveis? inúmeras...um dia pode a dobradura enferrujar e endurecer...passemos óleo nela e deixemos de vez em quando o vislumbre da luz entrar por ela.
ResponderExcluirSim... A vida nos ensina de todas as formas.
ExcluirDeus salve nossas janelas!
ResponderExcluirQue bom que essa moça fechou a janela.
Logo o sol nascerá outra vez, espero que ela esteja bem bonita para por a cara para fora. Beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlha quem tá aqui? Quanta honra! rsrs
ResponderExcluirCom certeza, amiga, a vida se encarregará de moldar a beleza dessa moça.
bjus