Vivemos em mundo agitado, barulhento. Essa é a dinâmica da vida, sempre em movimento e movimento traz agitação. E, consequentemente todos os barulhos. Parece que há uma briga constante entre eles, para saber qual irá se sobressair além dos demais, a tão conhecida poluição sonora. Não há trégua.
E quando nós menos esperamos, a nossa alma pede sossego, tranquilidade. Ela busca o silêncio.
Mas, o que é mesmo o silêncio? De acordo com o dicionário, em uma de suas definições em relação ao silêncio, diz que ele é a "ausência completa de ruídos". Por ruídos, entenda-se "barulhos".
Em minhas intuições tenho "visto" (penso que "ouvido" é o melhor termo) que o silêncio é o lugar onde nós podemos perceber os nossos barulhos. Puxa, e como esse silêncio pode ser barulhento! É daí a razão dele ser "ouvido". Pois se há barulho, há som. Mesmo que esse som seja imperceptível.
Então, partindo por esse ponto de vista (que é meu), entendo o silêncio como um infinito de "barulhos". Dependendo do quê nos leva a silenciar, o nosso silêncio será "ouvido" das mais variadas formas.
Você já escutou a voz do vento? No silêncio ele pode ser ouvido e dependendo da sua força, nós ficaremos a mercer dos mais terríveis "barulhos"!
E aproveitando a metáfora do "vento" eu acredito que em nossa mente há uma infinidade de silêncios que fazem muito mais barulhos do que muitos dos sons que ouvimos por aí. São esses silêncios que muitas vezes roubam a tranquilidade.
Esses silêncios têm uma capacidade de vedar os nossos olhos, de tapar os nossos ouvidos e bocas e de atar as nossas mãos e pés. Pressinto que, isso, se dá quando a velocidade dos nossos pensamentos não consegue ser alcançada pelas nossas palavras.
E essa dissonância ou falta de harmonia entre o pensar e o falar, muitas vezes, causa muitos barulhos e barulhos demais trazem as incompreensões.
Enquanto escrevo estas linhas, penso que o silêncio, silêncio mesmo, só acontece nos momentos em que calamos as palavras. Pois o que era pra ser falado, traz em si a ausência das palavras... Silêncio.
E por falar em silêncio, todos já dormem. E tenho comigo alguns poucos barulhos. Agora é a minha hora de silenciar.
(Alguns rabiscos na madrugada do dia 06 de nov/2012)
Leny Brito
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