terça-feira, 21 de dezembro de 2010

“... e lhe chamarão Emanuel, que significa Deus Conosco.”

Daqui a pouco celebraremos mais um Natal e um fim de ano. Com isso, somos levados a rever os meses que se passaram e veremos que temos muito para agradecer e celebrar.

No período natalino, eu e você, somos convidados a enxergar o mundo pelas lentes do amor. O ato de celebrarmos o natal, (não a celebração do natal do consumismo), mas o Natal onde reafirmamos a nossa fé, e que nos devolve a esperança de que é possível olhar para frente e prosseguir.

Nesse Natal, nós nos tornamos mais humanos e os sorrisos são mais freqüentes nessa época.

Os nossos corações são envolvidos por atos de bondade, amor, solidariedade e esperança. Quem dera pudéssemos viver todos os dias com esse Espírito Inspirativo. O nosso mundo seria bem melhor: Não veríamos tanta violência e injustiça social, tanto desamor. Porque as pessoas se amariam mais.

E o que é o Natal, senão o nascimento do amor? “Deus é amor”, essa foi a revelação que um dos amigos de Jesus, conseguiu vislumbrar a respeito do Mestre.

O Natal, também, nos fala do nascer para o novo. Portanto, os nossos sonhos podem renascer das cinzas. Não importam as adversidades vividas ao longo do ano. Elas não serão suficientes para barrar um novo recomeço. Independente das luzes que dão nova vida aos nossos lares, ou dos presentes compartilhados, esse é um tempo para reascendermos a chama do amor e da esperança em nossos corações.

Caminhemos rumo ao ano que se inicia com uma nova postura diante da vida. E que a presença de Jesus - o Emanuel-Deus Conosco, nos torne fortes e corajosos para que tenhamos forças para enfrentar o futuro nosso de cada dia.

Desejo a todos vocês que caminharam conosco nesse ano de 2010, um Natal e Ano Novo cheios de fé, esperança e amor.

Com carinho,

Leny Brito

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O rosto de Deus


Ricardo Gondim

Rafael, Michelangelo e vários outros pintores tentaram retratar o rosto de Deus. Foram infelizes. Como mostrar na tela quem nunca foi visto? Com a proximidade do Natal, mais artistas procuram esboçar o que imaginam ser o rosto de Deus.

Ele se parece com uma criança? É o frágil bebê das manjedouras? Talvez; o reino do céu pertence aos pequeninos, aos que mamam. Ao tentar desenhar o mistério, o artista termina com um ídolo.

O rosto de Deus, entretanto, pode ser experimentado nos sem-teto que perambulam pelas ruas e dormem nos viadutos das grandes cidades. Quando Jesus nasceu, a família estava sem moradia certa, não possuía recursos para pagar uma hospedaria e viu-se obrigada a refugiar-se em um estábulo.

O rosto de Deus pode ser percebido em vítimas de preconceito e em injustiçados. Sobre o menino que nasceu em Belém pairou uma dúvida: ele era de fato filho de José? O casal não inventara aquela história toda para se safar de um rolo?

O rosto de Deus se revela nos desprezíveis, nos que foram condenados à margem da história. Quando o menino nasceu, ninguém notou ou escutou o alarido dos anjos. A trombeta que anunciou paz na terra pela boa vontade de Deus passou desapercebida da grande maioria. Apenas um punhado de pastores foi sensível para presenciar o momento mais importante da história.

Qual o rosto de Deus? Ele não se parece com os cartões postais ou com o menino de barro das lapinhas. Deus é igualzinho a Jesus. E Jesus é bem parecido com o vizinho do lado, com a mulher que pede socorro na delegacia do bairro e com a família que chora a morte do filho no corredor do ambulatório.

Não é preciso muito para encontrar Deus, basta um coração de carne, humano.

Soli Deo Gloria

Fonte: http://www.ricardogondim.com.br

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Viver cada dia com confiança


“Portanto, não se preocupem o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal” (Mateus 6.34)

Acredito que como eu, você também possa estar temeroso quanto à realidade que nos cerca. Você já reparou que a vida não dá trégua? Quando a gente menos espera alguma coisa “desanda”. É um filho que está doente. O salário que acaba antes do mês. São pais preocupados com o futuro de seus filhos. Dificuldades nos relacionamentos. É violência gerando violência... Os jornais noticiam isso a todo instante. E, infelizmente, esses fatos não estão tão distantes de nós.

Quando eu leio essas palavras de Jesus; e olho para a nossa realidade percebo o que talvez, você já tenha concluído: A vida não é previsível, e que nem tudo o que acontece é bom. Mas o que não podemos deixar de acreditar é que nós temos um desafio à nossa frente, que é o de vivermos cada dia, conscientes de que a vida vale a pena ser vivida. E de que Deus tem todo o cuidado em caminhar conosco, de não nos abandonar.

É interessante lembrar que, quando o mestre fala sobre a realidade das adversidades da vida, antes Ele já tinha falado sobre o cuidado de Deus. Será que você pode perceber comigo, Deus caminhando ao nosso lado mesmo quando a circunstância diz não? Ele é Emanuel - Deus Conosco, lembra?

Então por mais que a vida venha a ser “dura” conosco, Deus nos dará força para vencermos os nossos desafios. E essa força é a fé, que nos torna confiantes e corajosos para seguirmos em frente.

Uma coisa é certa, quando nós temos a certeza, em nossos corações, de que Deus estar ao nosso lado, é impossível não sermos impactados e contagiados pelo Seu amor que nos abraça.

E esse amor é acessível a todos nós.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Calem a boca, nordestinos!

A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.

Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia...

Ah! Nordestinos...

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

(José Barbosa Junior, na madrugada de 03 de novembro de 2010.)

Fonte:http://www.crerepensar.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=204&Itemid=26

Lamentável, a atitude dessa estudante.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O colapso do Movimento Evangélico

Ricardo Gondim

Dois pastores paulistas se fantasiam de Fred e Barney. Isso mesmo, fantasiados de Flintstone, entre gracejos ridículos, acreditam que estão sendo "usados por Deus para salvar almas". Na rádio, um apóstolo ordena que tragam todos os defuntos daquele dia, pois ele sente que Deus o "ungiu para ressuscitar mortos".

Os jornais denunciam dois políticos de Minas Gerais, "eleitos por suas denominações para representar os interesses dos crentes", como suspeitos de assassinato. O rosário se alonga: oração para abençoar dinheiro de corrupção; prisão nos Estados Unidos por contrabando de dinheiro, flagrante de missionários por tráfico de armas; conivência de pastores cariocas com chefões da cocaína .

Fica claro para qualquer leigo: O movimento Evangélico brasileiro se esboroa. O processo de falência, agudo, causa vexame. Alguns já nem identificam os evangélicos como protestantes. As pilastras que alicerçaram o protestantismo vêm sendo sistematicamente abaladas pelo segmento conhecido como neopentecostal. Como um trator de esteiras, o neopentecostalismo cresce passa por cima da história, descarta tradições e liturgias e se reinventa dentro das lógicas do mercado. É um novo fenômeno religioso.

É possível, sim, separá-lo como uma nova tendência. Sobram razões para afirmar-se que o neopentecostalismo deixou de ser protestante ou até mesmo evangélico.É uma nova religião. Uma religião simplória na resposta aos problemas nacionais, supersticiosa na prática espiritual, obscurantista na concepção de mundo, imediatista nas promessas irreais e guetoizada em seu diálogo cultural.

Mas a influência do neopentecostalismo já transbordou para o "mainstream" prostestante. O neopentecostalismo fermentou as igrejas consideradas históricas. Elas também se vêem obrigadas a explicar quase dominicalmente se aderiram ou não aos conceito mágicos das preces. Recentemente, uma igreja batista tradicional promoveu uma "Maratona de Oração pela Salvação de Filhos Desviados".

Pentecostais clássicos, como a Assembléia de Deus, estão tão saturados pela teologia neopentecostal que pastores, inadvertidamente, repetem jargões e prometem que a vida de um verdadeiro crente fica protegida dentro de engrenagens de causa-e-efeito. Os "ungidos" afirmam que sabem fazer "fluir as bênçãos de Deus". É comum ouvir de pregadores pentecostais que vão ensinar a "oração que move o braço de Deus”.

O Movimento Evangélico implode. Sua implosão é visceral. Distanciou-se de dois alicerces cristãos básicos, graça e fé. Ao afastar-se destes dois alicerces fundamentais do cristianismo, permitiu que se abrisse essa fenda histórica com a tradição apostólica.

1. A teologia da Graça

Desde a Reforma, protestantes e católicos passaram a trabalhar a Graça como pedra de arranque de um novo cristianismo. O texto bíblico, “o justo viverá da fé”, acendeu o rastilho de pólvora que alterou a cosmovisão herdada da Idade Média. A Graça impulsionou o cristianismo para tempos mais leves. Foi a Graça que acabou com a lógica retributiva que mostrava Deus como um bedel a exigir penitência. Devido a Graça entendeu-se que a sua ira não precisa ser contida. O cristianismo medieval fora infectado por um paganismo pessimista e, por isso, sobravam espertalhões vendendo relíquias e objetos milagrosos que, segundo a pregação, “ garantiam salvação e abriam as janelas da bênção celestial”.

Lutero, um monge agostiniano, portanto católico, percebeu que o amor de Deus não podia ser provocado por rito, prece, pagamento ou penitência. Graça, para Lutero, significava a iniciativa de Deus, constante, unilateral e gratuita, de permanecer simpático com a humanidade. Lutero intuiu que Deus não permanecia de braços cruzados, cenho franzido, à espera de que homens e mulheres o motivassem a amar. O monge escancarou: as indulgências eram um embuste. Assim, Lutero solapava o poder da igreja que se autoproclamava gerente dos favores divinos.

Passados tantos séculos, o movimento neopentecostal, responsável pelas maiores fatias de crescimento entre evangélicos, abandonou a pregação da Graça. (É preciso ressaltar, de passagem, que o conceito da Graça pode até constar em compêndios teológicos, mas não significa quase nada no dia-a-dia dos sujeitos religiosos).

Os neopentecostais retrocederam ao catolicismo medieval. É pre-moderna a religiosidade que estimula valer-se de amuletos “como ponto de contato para a fé”; fazerem-se votos financeiros para “abrir as portras do céu”; “pagar o preço” para alcançar as promessas de Deus. Desse modo, a magia espiritual da Idade Média se disfarçou de piedade. A prática da maioria dos crentes hoje se concentra em aprender a controlar o mundo sobrenatural. Qual o objetivo? Alcançar prosperidade ou resolver problemas existenciais.

2. A compreensão da Fé

“A Piedade Pervertida” (Grapho Editores) de Ricardo Quadros Gouvêa é um trabalho primoroso que explica a influência do fundamentalismo entre evangélicos.

“O louvorzão, assim como as vigílias e as reuniões de oração, e até mesmo o mais simples culto de domingo, muitas vezes não passam de um tipo de superstição que beira a feitiçaria, uma vez que ele é realizado com o intuito de ‘forçar’ uma ação benévola da parte de Deus, como se o culto e o louvor fossem um ‘sacrifício’, como os antigos sacrifícios pagãos. Neste caso, não temos mais liturgias, mas sim teurgias, nas quais procura-se manipular o poder de Deus” (p.28).

Ora, enquanto fé permanecer como uma “alavanca que move os céus”, as liturgias continuarão centradas na capacidade de tornar a oração mais eficaz. Antes dos neopentecostais, o Movimento Evangélico já se distanciara dos Místicos históricos que praticavam a oração com um exercício de contemplação e não como ferramenta de como tornar Deus mais útil.

Fé não é uma força que se projeta na direção do Eterno. Fé não desata os nós que impedem bênçãos. Fé é coragem de enfrentar a vida sem qualquer favor especial. Fé é confiança de que os valores de Cristo são suficientes no enfrentamento das contingências existenciais. Fé aposta no seguimento de Cristo; seguir a Cristo é um projeto de vida fascinante.

O neopentecostalismo ganhou visibilidade midiática, alastrou-se nas camadas populares e se tornou um movimento de massa. Por mais que os evangélicos conservadores não admitam, o neopentecostalismo passou a ser matriz de uma nova maneira de conceber as relações com o Divino.

A alternativa para o rolo compressor do neopentecostalismo só acontecerá quando houver coragem de romper com dogmatismos e com os anseios de resolver os problemas da vida pela magia.

O caminho parece longo, mas uma tênue luz já desponta no horizonte, e isso é animador.

Soli Deo Gloria

Fonte: http://www.ricardogondim.com.br

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Beleza que faz a vida irresistível


Mais um texto do Ricardo Gondim, sobre o que faz a vida ser bela

O belo se esconde no evidente. Imiscui-se por toda a parte. Ora claro, ora escuro, tinge a textura do cotidiano. Muitas vezes camuflado no óbvio, pega o coração de surpresa. Olhos displicentes correm o risco de não captar toda a formosura que permeia a vida.

Um coração desolado não vê o inefável porque basta um instante, um hiato, um risco no céu, para sumir o que pode encher a vida de viço. Sempre alguma lindeza esquecida espera ser descoberta no fundo do pântano, na escarpa da rocha, no rosto crispado da viúva, no riso frouxo do adolescente.

Em cada alvorada renasce um anseio renovado pelo belo. O orvalho aguça o desejo de alimentar a alma com os diferentes matizes da mata. Quando o dia se alonga, temos fome; uma fome pelo eterno. E a noite traz a bruma leve do Espírito que faz do descanso o tempo dos sonhos.

De repente, sempre de repente, no dia-a-dia, está um anelo pela nuança da poesia; nuança que transfigura as letras em recado divino. O corpo pede melodia para deixar o coração estranhamente sereno; e da calma, vem a excitação que converte o lamento em vontade de pular de alegria. Existe, sim, uma beleza que torna a vida irresistível.

O belo está sempre por perto e tem poder. Fascinante, inspira o poeta. Trasforma o leigo em criador fecundo, incorpora contentamento no triste, sensibiliza o bruto,muda o apático em trovador, leva o tosco a bailar em ritmos imponderáveis e sensibiliza o cético para que perceba a eternidade na realidade crua.

O belo é divino.

Soli Deo Gloria

Fonte: http://www.ricardogondim.com.br

O Deus em quem creio


CREIO no Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo tal como o próprio Jesus no-lo revela em suas palavras, obras, vida, morte e ressurreição.
Este é o Deus para o qual me dirijo, o Deus em quem aposto:

o Deus que nos ama tanto, que se encarna, torna-se homem de carne e osso, frágil e vulnerável como nós;
o Deus que se retrata na parábola do Pai Pródigo do filho pródigo e em tantas outras parábolas e cenas evangélicas.
o Deus infinitamente misercirodioso que nos ama e perdoa gratuitamente
e sem reservas como só Ele, que é amor, pode fazer;
o Deus-Amor, que nos cria à sua imagem e semelhança;
o Deus-Amor, que liberta e humaniza;
o Deus-Amor , que nos permite desenvolver- nos em liberdade;
o Deus que só nos censura, amorosamente, nosso desamor;
o Deus que nos convida e inspira, sem nos fustigar, a viver em plenitude;
o Deus que nos estimula a criar uma humanidade regida pelo amor, pela justiça,
pela paz e pela solidariedade;

o Deus que é amor, todo amor e nada mais do que amor, que não pode, não sabe nem quer fazer outra coisa que amar;
o Deus, "a Fonte que brota e corre" do fundo de meu ser e de todos os seres, dando-nos gratuitamente existência, vida, força e capacidade de prazer;
- O Deus nosso companheiro de caminho e de fadigas, que não pesca os peixes para nós, mas que incentiva a fazê-lo nós mesmos com a ajuda de nossos irmãos e irmãs;
o Deus Pai e Mãe nosso que nos nutre, educa e nos ama incondicionalmente, e nunca, definitivamente, nos abandona, mesmo que esqueçamos Dele;
o Deus para todos sem exceção, de todas as cores, raças, castas, classes e tribos;
o Deus que se inclina aos mais desfavorecidos, excluídos e marginalizados entre nossos irmãos e irmãs;
E o Deus que nos espera, a todos sem exceção, com os braços e coração abertos de par em par, na outra margem para fundir-se conosco num abraço sem fim.

(José-Vicente Bonet no Livro Auto-estima: o que é, como se faz. Editora Loyola, 2003.
)

Recebi esse texto sobre uma declaração de fé em Deus. Muito linda, por isso resolvi compartilhar com vocês.

sábado, 19 de junho de 2010

Salvação


A vida deve ser vivida com leveza. Encontrei esse texto do pastor Ricardo e compartilho com vocês.


Ricardo Gondim

É preciso aprender a nadar entre as margens do bem e do mal, do ódio e do amor, da delicadeza e da estupidez. É preciso aprender a flutuar; encher os pulmões de nitrogênio e acompanhar o vôo dos balões. É preciso também acocorar-se ao lado dos irmãos que foram agrilhoados à crueldade da vida.

É preciso aprender a levar-se a sério. Mas não tão a sério que fique impertinente, malas sem alça. Tem hora que é bom viver sem propósito, ao sabor dos ventos. Cantar no coral das cigarras, enquanto formigas seguem em fila, sem saber porque obedecem à rainha. Vez por outra é bom considerar Deus um “cara muito legal”, compreensivo e longânimo, que não mete medo, mas nos faz sentir íntimos.

É preciso aprender a acordar tarde; a comer chocolate até enjoar; a comprar perfume caríssimo para dar de presente a alguém especial; a sentar para almoçar sem hora para acabar; a desligar o telefone celular; a conversar um monte de besteira só para rir à solta; a conversar com doido; a ler romance.

É preciso aprender a falar da morte, mas não ser mórbido; a acompanhar esportes, sem ficar muito deprimido com derrotas; a aplaudir trapezistas, equilibristas, contorcionistas, mágicos; a nunca confundir solidariedade com comiseração; a não esconder a inveja debaixo do lençol da discordância; a cantar no banheiro.

Soli Deo Gloria

fonte: http://www.ricardogondim.com.br

sábado, 8 de maio de 2010

Ser mãe é....

Olhar com a mesma ternura quando um filho nasce, mesmo que esse seja o 13º filho.
É acordar na madrugada quando escuta o choro de um dos filhos.
É trabalhar mesmo que seja à noite, para que o sustento dos filhos seja assegurado.
Ao preparar o almoço, ainda tem a disposição de colocar a comida em cada prato, para que todos possam se satisfazer.
É a última a sentar-se à mesa, pois para ela o que importa é que seus filhos estejam todos alimentados.
Mesmo cansada do trabalho do dia, ainda tem forças para costurar roupas para os filhos, noite a dentro.
É confessar que está cansada, somente quando terminou alguma tarefa, nunca antes ou no meio da realização dessa tarefa.
Ter a sensibilidade quando o filho precisa de ajuda.
É investir na educação dos filhos e quer sempre celebrar as conquistas de cada um.
Mesmo que seus filhos cresçam, para ela, eles sempre serão suas crianças.
Ser mãe é dizer "obrigada, amorzinho", quando um dos filhos lhes faz uma gentileza.

*A inspiração dessas linhas, é você MÃE.

Nós te amamos!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Um coração apegado ao Pai


Tu, que brotas dentro de mim
como uma fonte que não nasce de mim,
porém que me molha e me rega.

Tu, que brilhas dentro de mim
como uma luz que eu não acendo,
porém que ilumina minha sala de estar.

Tu, que amas dentro de mim
como uma chama que não é minha fogueira,
porém que põe fogo em todo o meu ser.

Tu, silêncio íntimo,
que não falas,
porém que sem palavras
colocas em minha vida a palavra
que dá vida ao mundo.

Tu, confidente invisível,
diálogo,
companhia permanente,
que me tiras do anonimato das coisas
e me fazes ser eu.

(Oração de Patxi Loide, citada por José Maria Mardones)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Afinal, qual a nossa sede?


Existe uma história bem interessante no evangelho de João 4.1-26, que narra o diálogo de Jesus com uma mulher junto a um poço (ela sempre ia buscar água para beber). E a conversa que surge junto ao poço nos leva a refletir sobre a vida. Nossos sonhos, inquietações, expectativas.

Como essa mulher que o texto relata, nós também temos as nossas crises existenciais, nossas buscas, nossas sedes.

Quando nós mergulhamos no texto, podemos perceber ela era uma pessoa normal, igual a mim e a você, que caminhava numa rotina de vida. Ela jamais imaginou que um dia, à beira daquele poço já tão batido por ela e que consumia o seu desejo de viver, ela fosse surpreendida pela compreensão e amor dAquele que jorrava a fonte de água viva.

Aquela mulher samaritana parecia já está cansada e quase desistindo de lutar pela vida. No seu questionamento com Jesus ela mostra toda a sua insatisfação diante da vida que levava, e isso engloba sua vida relacional, espiritual e sua relação consigo mesma.

Vemos nessa mulher o retrato de uma humanidade frustrada, desiludida, sem esperanças que precisa ir além de todas as suas buscas, que tem o desejo por um encontro libertador, um encontro que sare todas as angústias e renove as forças e lhe traga de volta a esperança.

Na caminhada desse texto observamos que essa mulher, por causa das suas crises e história de vida, passa por um processo de quebra de conceitos para a adaptação de uma nova forma de ver a vida. E como ela nós podemos aprender que somos pessoas imperfeitas e com sede de vida, e que muitas vezes errando ou acertando, caindo ou levantando essa sede nos conduz no caminho da vida.

A resposta de Jesus para essa mulher lhe rouba o chão. Ele fala de forma poética, fazendo com que ela saia da sede concreta e passe para o plano da sede existencial. “...ele te daria água viva.”

Quando ela percebe que diante dela está alguém maior do que Jacó (patriarca) nasce um interesse por conhecer e beber dessa água que está sendo oferecida. Mas existe um caminho já trilhado. Podemos ver que Jesus não nos rouba o direito de fazermos as nossas escolhas, mas nos mostra possibilidades que nos conduzirão de forma sensata e digna diante da vida.

O que podemos ver aqui é algo surpreendente: Jesus não a julga pelo seu passado, mas faz com ela perceba que o seu passado não precisa se repetir, a partir do momento em que ela olhar para o seu presente e ver as novas possibilidades de caminhos que pode fazer. Ou seja, o seu passado pode ser restaurado à medida que ela caminhar na vida com uma nova postura.

E afinal, qual a nossa sede? É de amor? Compreensão? Amizades? Realização pessoal? De honestidade? Justiça? Tolerância?... Através desse diálogo podemos perceber que todas as nossas sedes podem ser satisfeitas, quando nós caminharmos em direção à fonte que jorra para a vida eterna, que é Jesus o Emanuel – Deus Conosco.

Que essa Água possa jorrar em nossos corações.


Leny Brito

sexta-feira, 5 de março de 2010

Se houvesse um vento...


Se houvesse um vento
um sopro
ou uma brisa
que do céu viesse e me descabelasse
que refrescasse o tempo
e esfriasse a vida
que afastasse a dor
e me acalmasse o anseio.

Se houvesse um vento

que me trouxesse as novas
e que fossem boas as novas que viessem
que me dissessem tudo
o me despissem a alma
e revelassem tudo
e me deixassem calma,

Então
,
esse vento me traria
todos os meus sonhos de volta
e numa brisa me diria
segredos e poesias
e num sopro eu iria
do silencio à sinfonia.

Mas só se houvesse um vento.

(Alice)

Li esse poema da Alice. Muito lindo e revelador... esse vento é a saga de todos os mortais.

fonte: http://alicenopaisdopensamento.blogspot.com/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Momento de dor....


Queridos, quero compartilhar com vocês um pouco da nossa história. A Betesda de Jaguaribe é fruto de um sonho compartilhado entre eu e o Pr. Allison.
Sempre que eu ía à Fortaleza, já era certo passar um tempo com ele para conversarmos um pouco. Lembro que ele me aconselhava, em relação aos passos a serem dados. E como ele me motivava! Quem o conheceu, sabe que ele tinha um dom maravilhoso de empolgar as pessoas. Quantas vezes eu quis desanimar, mas ele me incentivava a prosseguir.
A nossa 1ª santa ceia, (ano de 2002) foi realizada por ele. Foi uma noite memorável! Arranjamos um teclado e foi uma festa maravilhosa de louvor.
Também, em 2005, tivemos o prazer de recebê-lo novamente, com o pr. Ricardo.
Ele sempre acreditou nesse sonho e sempre nos apoiou.

Esse é um momento de muita dor e tristeza para todos nós.
Meu coração está doído por essa perda. Pois, além de ter sido meu líder, ele era meu amigo.
Porém, uma certeza conforta a nossa alma é que um dia estaremos todos juntos, em um lugar onde não haverá mais dor, tristeza, nem lágrimas.

Abraços

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

VENTO que rasga a al-ma



Sergio Paschoal

Quando o coração é levado pelo vento do acaso, a ponto de se encontrar com raios no céu chuvoso, ele é rasgado e se divide em pedaços.

Olhamos e vemos os pedaços do coração descendo em nuvens de desapontamento, sem muito a dizer ou ser.

Tentamos juntar os pedaços que não reconhecemos como antes.

Hoje olhamos, vemos pedaços triturados. Aquele não existe mais, agora estão rachados e trincados.

A vida é assim, se divide em passado, presente e futuro.

O coração também. Ora inteiro, ora rasgado, trincado, moído, disperso; um dia focado, hoje não mais.

O que nos resta é tentar não desesperar.

Nós somos assim; vivemos pegando pedaços, letras, sobras e tentamos colar, consertar, montar palavras, que quando muito, dão remendos mal feitos ou algumas frases pobres e insignificantes.

Somos iguais aos nossos pais?
Somos parecidos com nossos antepassados?

Mas se afinal não conseguimos parecer com ninguém, porque somos únicos, queremos ser alguém!

Ou apenas encontrar significado em nossas escolhas ou no abandono delas.

Acredito que, na verdade, só queremos amar! Mas fazemos do amor um mecanismo complexo, que muitas vezes entornamos como leite derramado, onde não há retorno.

Tentamos! E penso que não vamos parar de tentar! Não gostamos do que vemos, mas pegamos o pano e passamos no chão da vida. O leite perdido, seiva na rota errada, esvaiu-se para sempre.

Não há colagem, nem conserto, nem remendo para algumas coisas na vida.

O coração persegue esta estrada, mas tenha sempre em mente, que não existe coração que não seja dividido ou machucado.

Coração é assim: uma parte bate, outra sente, outra chora. Um lado fica e outro diz que vai embora.

Somos assim e vamos viver assim.


Fonte: http://fagulhasdodivino.blogspot.com

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Menina Levada

Quem na vida, nos tempos de criança, nunca pulou de um pé só... subiu em árvores... que ao olhar para a lua via a magia da noite....rsrs
Passeando um pouco, encontrei esse texto da Jackie, que retrata muito bem a criança que um dia fez (ou ainda faz?) parte de nós.

"Menina levada
De mente inquieta
Que corre bem solta
Se arranha no mato
Pendura nos galhos
Que pula de um pé
Que brinca, que canta.
Menina que dança sem par
Que enxerga o luar
Mais lindo do mundo
Que tem sensações
Se perde nas trilhas
Que chora com medo
E ri sem censura
Se joga no mar
De roupa e tudo
Que não tem vergonha
Não sabe da vida
E precisa viver
Se encanta em sentir
Faz charme com tudo
Adora os beijos
Se joga nos braços
Se deixa levar
Viaja nas nuvens
Se entrega ao sabor
Aproveita de tudo
Sem tempo a perder
E leva pra sempre
A história de vida
Que lhe faz sorrir
Que lhe faz pensar:
Que bom foi viver!"

(por

domingo, 3 de janeiro de 2010

Ano novo - Esperanças renovadas

Certa vez ouvi a seguinte frase: “A história é a mesma, o que muda são as personagens.” Por que comecei com essa frase? Estamos começando um novo ano, tempos novos. Com inúmeras possibilidades de mudarmos a nossa vida e de melhorarmos os nossos relacionamentos e, podermos influenciar outras pessoas a terem esse mesmo pensamento em relação à vida e a tudo o que ela pode nos proporcionar de bom.
Acredito que podemos escrever uma nova história, a partir da conscientização de que não estamos sozinhos no mundo. Dependemos uns dos outros, logo temos que trabalhar as nossas motivações quando assumimos as nossas responsabilidades. A vida no seu âmago é simples, nós é que somos complicados, mesmo! O ser humano constrói a sua realidade a partir do seu conhecimento, de sua visão de mundo.
Precisamos reaprender a nossa humanidade em relação à convivência com o outro. Quando pararmos o ciclo vicioso de estarmos jogando as nossas responsabilidades para o outro, e também para Deus, (lembro que isso já aconteceu lá no início... lembram do Paraíso, Adão e Eva?) então conseguiremos viver a nossa humanidade na sua plenitude.
Acredito que coisas boas e novas poderão acontecer em 2010, a partir do nosso posicionamento em relação a vida. Peçamos a Deus que nos dê mais amor e determinação para que a nossa caminhada possa fazer diferença nesse ano que se inicia. Que sejamos pessoas melhores do que ontem. Que pratiquemos mais a tolerância para com o nosso irmão, pois afinal, somos uma grande família e podemos aprender sobre a vida, uns com os outros.
Meu desejo é que entremos nesse ano com o coração cheio de coragem, para vivermos uma nova realidade que bate à nossa porta.
Um 2010 cheio de esperanças para todos.